Leishmaniose: o perigo silencioso que aumenta com o calor — o que tutores e profissionais precisam saber

 


Com a chegada do calor, o perigo vem com o vento.
A leishmaniose não avisa — mas você pode prevenir.

Por que o risco cresce no calor e na umidade

Com a elevação das temperaturas e o aumento da umidade, o mosquito-palha (Lutzomyia longipalpis), principal vetor da leishmaniose visceral no Brasil, encontra as condições ideais para se multiplicar. Esses insetos se reproduzem em locais com matéria orgânica — folhas, restos de alimento e umidade — comuns tanto em áreas rurais quanto em zonas urbanas.

Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil concentra cerca de 90% dos casos de leishmaniose visceral das Américas, o que reforça a necessidade de vigilância constante e medidas preventivas ativas, especialmente nos meses mais quentes.

Fontes: Fiocruz, Ministério da Saúde – SVS, OMS

O que é a leishmaniose visceral e como ocorre a transmissão

A leishmaniose visceral é uma doença infecciosa causada por protozoários do gênero LeishmaniaA transmissão ocorre somente pela picada da fêmea do mosquito-palha infectada — não há contágio direto entre cães e pessoas.



Embora antes fosse considerada uma doença típica de áreas rurais, os casos urbanos estão em crescimento, inclusive em grandes capitais brasileiras. Esse cenário reforça que o risco é real em qualquer região.

Mitos e verdades (desmistificando crenças)

A leishmaniose só existe em áreas rurais.
Falso. Há registros urbanos em praticamente todas as regiões do país.

O contágio ocorre entre cães e pessoas.
Falso. A transmissão só acontece por meio da picada do mosquito infectado.

Cães com leishmaniose precisam ser sacrificados.
Falso. Essa é uma visão ultrapassada. Hoje, com o diagnóstico precoce, acompanhamento veterinário e tratamento adequado, cães com leishmaniose podem ter vida normal, com qualidade e controle da doença.

A prevenção é o melhor tratamento.
Verdade. O uso de coleiras repelentes e/ou repelentes naturais, o controle ambiental e o acompanhamento veterinário são as formas mais eficazes de proteção.

Comunicação clara e empática entre veterinário e tutor é essencial: informação acessível salva vidas.

Sinais clínicos em cães e quando procurar o veterinário

A leishmaniose pode se manifestar de forma silenciosa e progressiva.
Os sinais mais comuns incluem:

  • Perda de peso e apatia
  • Crescimento exagerado de unhas
  • Lesões de pele ou feridas que não cicatrizam
  • Aumento dos linfonodos
  • Alterações oculares
Esses sintomas não são exclusivos da doença, por isso é fundamental procurar um médico-veterinário para exames específicos (sorologia, testes rápidos ou PCR).

Este conteúdo é educativo e não substitui a avaliação veterinária.

Fontes: Ministério da Saúde – Manuais Técnicos; Fiocruz; OMS

Prevenção natural e consciente: equilíbrio entre ambiente, rotina e proteção

A prevenção começa no ambiente, mas envolve também hábitos diários e acompanhamento veterinário. O mosquito-palha se reproduz em locais úmidos e com matéria orgânica em decomposição, por isso o manejo ambiental é fundamental.

Cuidados essenciais com o ambiente e rotina:
  • Mantenha quintais e jardins limpos, sem folhas acumuladas ou restos orgânicos
  • Instale telas finas em janelas e portas
  • Evite passeios no entardecer e início da noite, horários de maior atividade do mosquito
  • Prefira locais ventilados e iluminados para o descanso dos pets
Além dessas medidas, a proteção natural é uma aliada importante. A Zen Animal acredita em soluções seguras e livres de veneno, que respeitam o equilíbrio do corpo e da natureza.
Produtos à base de extratos vegetais e óleos essenciais, como  coleira repelente, formulada com árvore-de-santa-maria (Chenopodium ambrosioides) e neem (Azadirachta indica), auxiliam na proteção contra o mosquito-palha de forma segura e sustentável.

Outro recurso integrativo que pode contribuir para a rotina preventiva são os repelentes naturais à base de óleos essenciais, desenvolvidos especificamente para pets. Eles ajudam a ampliar a barreira de proteção de forma suave e eficaz, desde que utilizados com orientação veterinária e conforme o rótulo do produto.

Acompanhamento veterinário
Um plano preventivo personalizado é sempre a melhor estratégia.
Converse com o veterinário sobre:
  • O risco na sua região
  • Tipos de repelentes naturais mais adequados
  • Exames periódicos para detecção precoce da leishmaniose
Fontes: Ministério da Saúde – SVS; OMS; Fiocruz

Alertas de segurança
Nem todo produto natural é inócuo. A pureza, a dosagem e a qualidade dos ingredientes fazem toda a diferença.
  • Óleos essenciais podem ser irritantes ou até tóxicos, especialmente para gatos
  • Utilize apenas formulações seguras e registradas
  • Evite receitas caseiras sem validação científica
  • Prefira produtos padronizados e marcas comprometidas com segurança e transparência
A verdadeira abordagem integrativa une ciência, prevenção e consciência natural.
Cuidar do ambiente, fortalecer o organismo e escolher soluções seguras são passos que protegem nossos pets e preservam a harmonia com a natureza.

O que profissionais precisam saber (comunicação e prática)

Veterinários e equipes clínicas desempenham papel central na prevenção.
Recomenda-se:

  • Adaptar protocolos conforme a sazonalidade local
  • Treinar a equipe para desmistificar crenças em linguagem acessível
  • Disponibilizar materiais educativos e lembretes sazonais para tutores
  • Documentar orientações sobre o uso de coleiras e repelentes
  • Manter-se atualizado com as diretrizes da SVS/OMS
  • Notificar casos conforme as recomendações de vigilância epidemiológica

Perguntas frequentes (FAQ)

A leishmaniose passa do meu cão para minha família?
Não diretamente. A transmissão depende da picada do mosquito-palha infectado.

Moro em cidade grande. Meu pet está em risco?
Sim. A doença já foi registrada em áreas urbanas de várias capitais.

Coleiras e repelentes realmente funcionam?
Sim, desde que específicos e usados corretamente, com supervisão veterinária.

Posso usar apenas produtos naturais?
O natural pode complementar, mas não deve substituir medidas contra infestações.

Quais sinais devo observar?
Perda de peso, apatia, feridas de difícil cicatrização, crescimento de unhas e alterações oculares. Ao notar mudanças, procure o veterinário.

Por que o sacrifício é desnecessário?
Durante muitos anos, acreditava-se que cães diagnosticados com leishmaniose precisavam ser sacrificados para evitar a disseminação da doença. Essa orientação surgiu em um período em que o Brasil ainda não dispunha de protocolos de tratamento eficazes e regulamentados.

Hoje, essa realidade mudou. O Ministério da Saúde e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) reconhecem tratamentos específicos, seguros e com resultados positivos quando conduzidos por médicos-veterinários habilitados.

Com acompanhamento veterinário, monitoramento clínico e controle do vetor (mosquito-palha), o cão tratado não representa risco à saúde pública. A eutanásia só deve ser considerada em casos muito graves, de sofrimento irreversível — e nunca como regra.

O foco deve estar na prevenção, diagnóstico precoce e responsabilidade do tutor em seguir o plano terapêutico indicado. Cuidar do animal é também uma forma de proteger a comunidade e fortalecer o vínculo humano-pet.

Em outras palavras: sacrificar o cão não combate a doença — cuidar dele, sim.



Conclusão
Com o avanço do calor e da umidade, o “perigo silencioso” da leishmaniose exige informação de qualidade e ação preventiva.

A combinação entre barreiras químicas específicas, manejo ambiental e abordagens naturais seguras — guiada por um médico-veterinário integrativo — é a forma mais sólida de proteger pets e famílias.

“Com a chegada do calor, o perigo vem com o vento.
A leishmaniose não avisa — mas você pode prevenir.”

Tutores: converse com seu veterinário sobre o plano preventivo ideal para seu pet.
Profissionais: atualizem seus protocolos e materiais educativos nesta temporada.





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