A homeopatia surgiu há 200 anos, através de Samuel Hahnemann, médico alemão que se recusava a aceitar que a medicina se resumia a cuidados paliativos que tratavam os sintomas e não a causa das doenças.
Hahnemann dedicou sua vida a essa ideia de saúde única, o que deu origem a essa medicina que hoje em dia ainda traz dúvidas para muitas pessoas.
Para falar de homeopatia temos que falar de seus quatro pilares, mas antes vamos a uma breve história:
Chegou ao conhecimento de Hahnemann um estudo feito por Cullen, no Peru, que a semente da planta quinquina (China officinalis) possuía propriedades terapêuticas e ajudava no tratamento de malária. A justificativa? Por ser branca e amarga! Hahnemann então percebeu que na realidade esse potencial terapêutico poderia se dar por outro motivo: a semelhança dos sintomas da febre amarela com os sintomas apresentados por quem tem intoxicação pela Quinquina.
Baseado em seus conhecimentos de alquimia Hahnemann resolveu diluir e dinamizar essa semente, de maneira que ela não possuísse mais propriedades tóxicas, mas apenas gerasse sintomas brandos, quase artificiais, de sua intoxicação. E experimentou nele mesmo. O resultado foi o que ele esperava: a simulação dos sintomas da malária.
Após isso ele fez uma série de experimentos em indivíduos sadios, testando essas soluções ultra diluídas e dinamizadas, de diversas origens (animal, vegetal e mineral) dando origem assim a matérias médicas de cada medicamento (e depois transformadas em repertório, por Kent), que quando observados em indivíduos saudáveis, indicariam qual o medicamento para curar o indivíduo doente, com os mesmos sintomas.
Nessa pequena história já observamos aí os quatro pilares da homeopatia, que são:
1. Lei dos semelhantes: Provavelmente o que instigou Hahnemann a investigar esse método terapêutico, dando origem à homeopatia. Baseou-se na lei natural de cura Similia similibus curantus (sejam os semelhantes curados pelos semelhantes) enunciada por Hipócrates no século IV a.C.
2. Experimentação em homem são: Parte do principio que as substâncias que, em doses ponderáveis, forem capazes de provocar no indivíduo aparentemente sadio um conjunto de sintomas, podem igualmente, em outros indivíduos doentes e sensíveis, fazer desaparecerem os sintomas semelhantes.
3. Ultra diluições: Os medicamentos homeopáticos são ultra diluídos para que não seja gerada uma patogenia, apenas gere pequenos estímulos para que o organismo consiga por meio da ação secundária, alcançar a cura do organismo.
4. Medicamento único: apenas quando experimentando um medicamento por vez que Hahnemann poderia conseguir uma descrição fidedigna da patogenesia de cada uma das ultra diluições. Isso foi necessário para a posterior identificação de qual o medicamento correto para cada conjunto de sintomas que cada enfermidade apresenta em indivíduos doentes.
Hahnemann possui vários livros além de “A matéria médica pura” (que até hoje é usado por todo homeopata unicista), como o“Doenças crônicas” e o mais importante de todos: “Organon da arte de curar”, que é a sistematização de toda a ciência homeopática.
E como a homeopatia se encaixa na medicina veterinária? Simples: para o início da catalogação de sintomas, Hahnemann precisava de humanos, seres conscientes que pudessem descrever o que sentiam e todos esses relatos se aplicam a qualquer ser vivo, não sendo espécie-específicos.
Resumindo: a homeopatia é uma medicina, como outra qualquer, que exige conhecimento, especialização e certificação na área. Sem dúvida é uma ferramenta a mais que todo profissional da área da saúde deveria possuir em sua “maleta de recursos”.
Abaixo há um vídeo de uma explicação mais aprofundada desses conceitos:
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